terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

Dia da Internet Segura 2019: confira dicas para navegar com segurança

Na terça-feira (5) foi celebrado mundialmente o Dia da Internet Segura (“Safer Internet Day”). No Brasil a campanha é divulgada pela SaferNet Brasil, organização que há 15 anos atua em iniciativas para promover campanhas educativas sobre o uso consciente da rede, liberdades online, privacidade, cidadania digital e combate à pornografia infantil.

Novas ações são iniciadas todos os anos devido ao aumento de casos de ódio na internet — cyberbullying, pornografia de vingança, fraudes digitais e o compartilhamento de conteúdo violento. É possível denunciar abusos no site da instituição, além de baixar cartilhas educativas que podem ser usadas como material de apoio pelos educadores.

Em comemoração ao Dia da Internet Segura, blog traz dicas de navegação segura. — Foto: Thinkstock

Para celebrar o Dia da Internet Segura no Brasil, o blog preparou um guia com as principais recomendações para quem busca navegar na web sem riscos:


Phishing e golpes pelo WhatsApp

O roubo de dados pessoais tem sido uma prática recorrente, que afeta milhares de internautas. A técnica é praticamente a mesma, o que muda é o enredo usado para enganar as vitimas.

A recomendação geral é a de que empresa alguma realiza campanha pela internet que obrigue o participante a compartilhar a sua agenda de contatos e também a enviar a mensagem da promoção para uma quantidade determinada de amigos.

Evite clicar sobre links desconhecidos recebidos em aplicativos de troca de mensagens. É preciso redobrar a atenção ao informar os dados de login de redes sociais e contas em lojas de aplicativos, pois os golpistas criam páginas idênticas às originais, para enganar o usuários e roubar os dados de acesso.

Fraudes digitais

Para usufruir com segurança das facilidades encontradas em usar o celular, por exemplo, para realizar compras online. É preciso adotar algumas medidas:

Evite acessar internet banking usando redes de acesso à internet públicas;
Só informe dados pessoais a sites conhecidos;
Desconfie de preços de produtos oferecidos com um valor muito abaixo do mercado. Se o site de comércio eletrônico é novo, procure verificar se existe uma empresa registrada e ativa na receita federal por meio da consulta de CNPJ. Antes de finalizar a compra, verifique se existe algum contato de atendimento ao consumidor;
Em transações que envolverem o uso do cartão de crédito, o endereço do site deverá ser acessado usando o protocolo “https”, além das referências mencionadas acima.


Habilite a autenticação de dois fatores

Todas as contas de e-mail em serviços online permitem a habilitação de uma segurança adicional para proteger a conta dos seus usuários.

Esse recurso obriga a informação de um número gerado aleatoriamente, que muda a cada minuto, além dos dados de login. Isso impede que pessoas não autorizadas que saibam a senha do usuário consigam conectar com sucesso nesses serviços. O blog já mostrou em detalhes como habilitar a autenticação em dois fatores.


Vazamento de nudes

É cada vez mais comum a produção pessoal de fotos e vídeos eróticos. Essa prática envolve um alto risco de o material ser exposto na internet.

Existem algumas recomendações que podem diminuir o risco dessa exposição:

Proteja o smartphone com senha.
Evite armazenar o conteúdo íntimo no cartão de memória.
Ao fazer o registro, evite enquadrar o rosto dos participantes.
Evite se expor a desconhecidos na web cam ou transmissões ao vivo. As imagens apresentadas na tela podem ser salvas através de captura de tela e posteriormente compartilhadas na internet.
Quando for preciso realizar qualquer tipo de manutenção do computador ou smartphone, certifique-se que o material íntimo foi removido e que senhas salvas tenham sido apagadas.

A pornografia de vingança é uma prática recorrente. Nesse caso não há como prever se o parceiro ou parceira não utilizará de má fé os registros íntimos. E por mais que haja cuidados, o fator humano é decisivo para comprometer a segurança dos arquivos.

Vale salientar que a disseminação de materiais com teor sexual sem o consentimento das pessoas envolvidas é crime. O ato pode ser encarado como difamação (imputar fato ofensivo à reputação) ou injúria (ofender a dignidade ou decoro), segundo Código Penal.

Divulgação de fotos ou de crianças ou adolescentes em situação de sexo explícito ou pornográfica são qualificadas como graves segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). O crime é punido com pena de 3 a 6 anos de reclusão mais multa.

Não compartilhe fotos e vídeos de pornografia ou violência

O compartilhamento de fotos e vídeos íntimos tem se tornado cada vez mais frequente, principalmente em grupos de redes sociais e WhatsApp. Boa parte desse material é divulgado sem o consentimento de pelo menos uma das partes envolvidas.

Essa prática é ilegal de acordo com a legislação de Crimes na Internet. Também é preciso levar em consideração as consequências que a exposição vexatória pode causar. Em caso de vídeos de brigas, a repercussão pode incentivar a incidentes ainda mais violentos a ganhar protagonismo nas redes sociais.

Acompanhe a vida digital das crianças

É cada vez mais precoce o ingresso de crianças nas redes sociais, mesmo que na maioria dos casos a idade mínima de 13 anos não seja respeitada. Não é recomendável simplesmente proibir o acesso à internet, pois sempre haverá formas de burlar eventuais mecanismos de restrição de acesso.

Por essa razão, é apropriado verificar se todos os contatos são mesmo crianças, assim como saber mais detalhes sobre o amiguinho ou amiguinha. E principalmente manter um diálogo franco sobre o assunto.

Evitar o excesso de exposição por meio de fotos, vídeos ou postagens que possam dar indicações precisas da localização, hábitos, e lugares que são frequentados com assiduidade. Serviços que compartilham a localização devem ser evitados ou usados com extrema cautela pelas crianças;

Menores de 13 anos não podem ter perfis em boa parte das redes sociais, devido a uma lei federal dos Estados Unidos — o Ato de Proteção à Privacidade Online Infantil, ou COPPA. Por isso, é extremamente recomendável verificar se os menores da idade permitida estão usando informações falsas. Lembre-se: a educação começa em pequenas atitudes.


Evite compartilhar boatos

Com a produção independente de conteúdo para internet, a eventual monetização através de anúncios acaba servindo como estímulo a muitos sites publicarem informações não verificadas apenas para atrair a atenção de leitores.

Em alguns casos, o compartilhamento de boatos pode causar constrangimentos, e incitar a violência. O G1 possuí um serviço de checagem de conteúdos suspeitos chamado Fato ou Fake para auxiliar o leitor.

Mantenha o sistema operacional atualizado

Os sistemas operacionais Windows, Mac OS X e Linux podem estar vulneráveis, e ter as suas falhas exploradas por hackers ou algum tipo de praga virtual. O ideal é sempre que possível instalar as atualizações disponibilizadas pelos desenvolvedores do sistema. O mesmo se aplica para dispositivos móveis.

Ofensas pela internet

A falsa sensação de privacidade na internet serve para motivar pessoas a criarem perfis falsos para o compartilhamento de ofensas pela rede — em alguns casos as ofensas são publicadas nos próprios perfis pessoais. Esse tipo de conduta pode ter implicações sérias.

Quando isso acontece, a vítima pode buscar ajuda com as autoridades. O blog já apresentou um guia completo sobre como agir em casos de ofensa na internet.

Use uma ferramenta de segurança no PC

Os usuários dos sistemas operacionais Windows e Android são os principais alvos de pragas virtuais.

Para evitar problemas no PC o ideal é instalar um antivírus, e principalmente mantê-lo atualizado. Nos dispositivos móveis, é recomendável instalar apenas aplicativos disponibilizados na Google Play. Em caso de roubo, programas como o Prey Project permitem localizar smartphones, tablets e computadores perdidos.

Instale apenas programas de fontes confiáveis

Existem milhares de programas disponíveis para download na internet, porém boa parte deles podem vir acrescidos de programas complementares que comprometem a estabilidade do sistema operacional, ou roubar informações do usuário. E por esse motivo, é recomendado evitar baixar programas de sites desconhecidos.

Selo Ronaldo Prass — Foto: Ilustração: G1